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Nem a pandemia encerrou as exibições de um filme que está em cartaz há mais de 40 anos nos EUA

Por Tullio Dias
Editoria Cinema de Buteco

Os cinemas do mundo inteiro sofrem com o baque da pandemia e estão há mais de um ano com as suas portas fechadas. As salas vazias causaram um imenso dano na indústria, que viu acelerar a dominação dos serviços de streaming e a mudança dos hábitos de consumo dos espectadores. O cenário pessimista, no entanto, não foi o suficiente para abalar uma tradição existente há mais de 40 anos numa sala de cinema no estado do Oregon.

Ainda que os EUA não sofram com as incertezas e atrasos na entrega das vacinas, como consequência de terem trabalhado duro para tirar um imbecil do seu governo e assim deixar os brasileiros com uma imensa inveja por sermos obrigados a lidar com nossos próprios imbecis por mais tempo, os cinemas ainda não inspiram confiança no público.

Enquanto a maioria dos grandes lançamentos foram adiados ou receberam espaço também nos serviços de streaming (como a Warner optando por colocar seus filmes no recente HBO MAX ao mesmo tempo em que estão nos cinemas), outros se arriscaram para tentar conquistar o público. Tenet, de Chris Nolan, fracassou miseravelmente no ano passado. Mas agora, com um cenário diferente, Godzilla vs Kong conseguiu números interessantes e esperançosos para a indústria.

Mas a verdade é que a esperança para os amantes da sétima arte não está num grande blockbuster, mas sim em um filme lançado em 1975.

Semanas atrás me surpreendi com uma matéria super especial na revista Monet. Daquelas que enchem o coração da gente de calor e esperança por dias melhores. Deixa eu te explicar como é essa história.

O musical The Rocky Horror Picture Show, de Jim Sharman, é uma obra cultuada e que possui fãs ardorosos até hoje. Um desses fãs se chama Nathan Williams, que com o risco da pandemia atrapalhar a tradição do cinema Clinton Street Theater exibir o filme todo sábado há 43 anos, decidiu tomar uma atitude.

Ele conseguiu convencer a administração do cinema a manter as exibições – para um cinema vazio, obviamente – durante todo esse tempo em que os cinemas do mundo inteiro permaneciam fechados. Não só manteve a tradição, como conseguiu que o longa não perdesse o recorde de ser a produção com maior tempo em cartaz na história.

Lani Jo Leigh, proprietária do cinema, vê o cuidado e a dedicação de Williams como algo muito especial e uma mensagem para o público de que o cinema estará de portas abertas para receber todo mundo quando for seguro. “Era apenas uma coisinha boba, mas ainda trazia uma sensação de esperança. Isso é o normal. O normal é colocarmos ‘Rocky Horror’ em uma noite de sábado, e é isso que está acontecendo.”, conta Leigh.

Essa história faz a gente pensar sobre como somos fortes e capazes de vencer as mais diversas dificuldades. Uma atitude tão pequena, como encarar um cinema vazio para simplesmente manter uma tradição ganha proporções imensas como um estímulo a prosseguir para poder ver de novo as pessoas se reunindo nas noites de sábado para compartilharem um amor em comum.

No ar desde 2008, o Cinema de Buteco é um portal formado por amigos que têm em comum o amor pelo cinema, para registrar suas opiniões e reflexões: www.cinemadebuteco.com.br

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