You are here
Home > E de Editorial > O meu, o seu, o nosso (e a luta contra o efêmero)

O meu, o seu, o nosso (e a luta contra o efêmero)

Por Carla Marin

Patrimônio, em uma definição das mais simples e intuitivas, é aquilo que se tem – seja em uma perspectiva pessoal, seja quando nos referimos a algo comum, o sentido é tão amplo quanto a diversidade das sensações que essa simplicidade evoca.

E o que, então, temos? Nesses tempos em que temos sido tão confrontados com a efemeridade, a resposta é menos óbvia do que parece. Se mesmo as sólidas montanhas vão aos poucos desaparecendo diante dos nossos olhos, metafórica e literalmente, nesse mundo em transformação frenética, o que dizer dos momentos, das experiências, dos “jeitos de fazer”?

Nesta edição do Letras, percorremos diversas formas de nos conectar com o que “temos” – seja pela expressão artística, pela dedicação acadêmica, pelo sentimento de urgência em (re)encontrar e guardar recortes do tempo, lugares, pessoas, coisas e saberes. Do registro fotográfico à pesquisa que mergulha, compreende e sistematiza; do registro em palavras que compartilha a gênese de uma obra ao reconhecimento do valor histórico de canções atemporais. Os olhares dos nossos queridos editores abrem perspectivas, mostrando quepatrimônio tem, sim, a ver com “guardar”, e também com ressignificar e renovar, com passado e futuro se encontrando no presente, no todo-dia de todos nós; que patrimônio tem a ver com aquilo que permanece enquanto a vida segue em movimento.

Temos, então, a memória; temos imagens, palavras, aprendizado e conhecimento construído. E temos, sempre, a possibilidade do resgate, da recuperação e da preservação. E nessa sensação de contínua “luta contra o efêmero”, corrijo aquela definição intuitiva – patrimônio não é o que temos; é o meu, o seu e o nosso que fica – na vida, na arte, na cidade, na mente e no coração.

Boa leitura!

 

Textos da Edição 63
Clique sobre o título dos artigos para acessá-los.

 

A luta do samba como patrimônio imaterial de BH Por Marcos Maia

Ainda Que Dura por Laura Barbi

Memória e patrimônio em Giselda Leirner, Ruth Tarasantchi e Leila Danziger por Lyslei Nascimento

Ser Do Mundo, Ser Minas Gerais por Thiago Pereira

Escrevendo Caruncho: Um Romance De Deformação por Laura Cohen Rabelo

Delicadezas firmes por Ana Elisa Ribeiro

Entre Tramas E Labirintos por Daniela Paoliello

A rede expandida da tipografia e o patrimônio gráfico em Minas Gerais por Cláudio Santos Rodrigues e Sérgio Antônio Silva

A memória das artes cênicas sob as lentes de Guto Muniz por Julia Guimarães

A (eterna) reconstrução do Santuário de Ise por Bruno Campos

Rio lama: o antes e o depois por Ana Clara Bastos

O livro emprestado – Trecho de O Turvo Limpo e as Alterosas, de Edith Roque por Edith de Andrade Roque

Poemas de Balões Vítreos de Lucíola Macêdo

Comida e identidade em “Ulysses”, de James Joyce por Camila Machado Reis e Adriano Fagherazzi

Um poema de Edmond Jabès: “A água” por Lia A. Miranda de Lima

Deixe um comentário

Top