Por Carla Luisa Marin
O Letras começou como Letras do Café. Era um tablóide até bastante despretensioso, nascido da vontade dessa editora e de um amigo, o Elias Kfoury, de fazer um jornal. Era uma veia fanzineira dos velhos tempos de recortes e colagens que, pulsando forte, pedia mais.
Como acontece com as ideias sinceras, essa encontrou um parceiro pra acontecer. O clima do Café com Letras tinha sido a inspiração para o projeto, e o Bruno o abraçou com a mesma vontade – e então começamos. E aos poucos o Letras foi crescendo como um filho bonito, aprendendo, experimentando. Logo ficou maior que o universo do Café. Virou “só” Letras. Ganhou novas feições, tamanho maior, mais páginas, robustez, densidade.
Tivemos diversas fases. Editores convidados para tocar todo um número, edições temáticas, editorias fixas. Assuntos sérios, outros descontraídos. Capas sensacionais. Felizmente, muito mais acertos do que erros, e muitas transformações. Foram 50 edições (quase sempre) mensais entre 2006 e 2011.
Nesse processo o Letras se consolidou como um meio para assuntos que nem sempre têm seu merecido espaço (físico e metafórico); aberto a linguagens e abordagens ora acadêmicas, ora nem tanto; distanciado da crítica pela crítica, voltado para acrescentar. E sempre feito com muita alegria e disposição – não só por mim e pelo Bruno, mas por todas as pessoas que já passaram por aqui. Foram dezenas de colaboradores, editores, amigos que dedicaram seu tempo e seu conhecimento para, literalmente, escrever um pouco dessa história.
Estamos de volta, depois de 5 anos do que sempre achamos que seria mesmo um hiato. Com colaboradores incríveis, preparando edições agora trimestrais, levando conteúdo de qualidade em distribuição gratuita. Afinal, muitas coisas podem ter mudado, no Letras e no mundo
– mas a veia fanzineira ainda pulsa, e pelo jeito, não deve parar.
É com muita, muita satisfação que volto a desejar a você uma boa leitura!