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Aquele Vazio

Por Carla Luisa Marin

Se na última edição do Letras o “admirável mundo novo” imposto pela pandemia esteve no foco das nossas reflexões, agora, com mais alguns meses de imersão em um sentimento de distopia hoje bastante familiar, voltamos nossos olhares e pensares para o vazio – já tão naturalmente associado aos “novos tempos”, em suas mais sortidas formas de se manifestar.

Enquanto fecho esta edição como de costume – escrevendo o breve editorial – o centro de BH parece começar a ganhar seus sons característicos novamente. Até outro dia, era aquele vazio estranho, mesmo em plena segunda-feira, sem o vai e vem, sem a zoada dos ônibus e da gente. Infelizmente não passamos por isso sem cicatrizes, bem marcadas nas placas de aluga-se em portas baixadas e muito mais nos números do noticiário, arautos de tantos outros vazios deixados.

É, não dá pra ignorar “aquele vazio”.

Que fazer dele?

Do vazio que preencheu os espaços públicos do ser e fazer cultural; que está nas páginas ainda em branco; que delimita as estruturas; que silencia a melodia e as cidades; que se espalha no correr dos dias pervertendo noções de tempo e espaço; que preocupa sobre o futuro.E também do vazio que, talvez, deixe evidenciar com mais obviedade algumas das “luzes no fim do túnel” que vão preenchê-lo, se assim for o caso. Assim esperamos, e por isso seguimos.

Nossos editores e colaboradores trazem mais uma edição intensa, densa, muito especial. Um convite a refletir. Afinal, como já escrevi antes, o movimento continua – e nós estamos todos nele.

Vamos juntos?

Boa leitura!

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